Segundo autoridades ouvidas pelo jornal Valor Econômico, o superávit primário acumulado pelo governo federal no primeiro semestre está “ao redor de zero”. Fato aumenta ainda mais a possibilidade de um rebaixamento da nota no rating soberano do Brasil, pois em tese, no próximo dia 22, quando será divulgado o relatório bimestral sobre o comportamento das receitas e despesas da União, a meta de superávit primário, que atualmente está em 1,1% do PIB, poderá ser revista.
Esse ambiente de incertezas, indefinições e crise na política brasileira é determinante para a agência de classificação Moody’s, pois trata das perspectivas de recuperação da economia brasileira. Muitos analistas acreditam no rebaixamento no rating soberano, alguns destacam a possibilidade de um tombo ainda maior, despencando dois níveis, assim, o país sairia do grau de investimento, acarretando grandes dificuldades econômicas.
O maior problema, com esses dados fracos da economia brasileira, está nas perspectivas de melhora e como esse impasse está sendo tratado. O Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem se visto travado num quadro de dificuldades políticas. A “guerra” entre Governo e Congresso tem preocupado a eficácia do ajuste, já que para sucesso do plano fiscal, é crucial o apoio do Congresso nas medidas necessárias.
A colunista do G1, Beth Cataldo, destacou que nas reuniões programadas pelo ministro Levy, onde teria a oportunidade de expor os argumentos e defender propostas, faltavam líderes partidários, inclusive do partido do PT. De fato, um cenário onde a articulação de autoridade importante para a economia brasileira, não é tratada como prioridade, piora as expectativas de uma melhora no cenário político-econômico do país.
Resta-nos agora esperar até que ponto esse impasse político trava a recuperação da economia brasileira e qual o peso dele para a avaliação da Moody’s.
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