A China relatou crescimento recorde nos primeiros três meses de 2021. O Produto Interno Bruto (PIB) do país aumentou 18,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
É a expansão mais forte desde que a China começou a manter registros, em 1992. Mas esconde um outro número também significativo, porém pelo motivo contrário.
Em comparação com o trimestre imediatamente anterior, a evolução do PIB foi de 0,6% - um ritmo historicamente lento para o país, que sugere diminuição no ímpeto da economia em meio a recuperação do coronavírus.
No ano passado, a China foi a única grande economia do mundo que viu seu PIB crescer (+2,3%) e não retrair. Em grande parte foi graças a indústria, responsável pela fabricação de equipamentos médicos e de proteção para exportação, além de produtos eletrônicos, que compõem o home office de muitos países.
Agora, porém, a velocidade está em queda. A evolução de 0,6% de um trimestre para o outro é a taxa mais lenta da última década, ainda que os 18,3% sejam o maior valor em 44 anos.
Ele é comparado ao primeiro trimestre de 2020, que foi marcado pelo pior momento da primeira onda de Covid-19 no país, quando diversas cidades estavam com seus comércios bloqueados.
Os diferentes setores
Com a diminuição dos bloqueios provocados pela pandemia, diversos setores do país melhoraram suas atividades nos primeiros três meses deste ano.
As vendas do varejo, por exemplo, aumentaram 34,2% em relação ao ano anterior e também cresceram na comparação com o trimestre anterior. Isso porque, depois da festividade do Ano Novo Lunar, em fevereiro, as restrições de viagens diminuíram e o comércio ficou fortalecido.
Já a produção industrial subiu mais de 24%, o que é um bom número, porém menor do que o ritmo registrado em janeiro-fevereiro de 2020, quando foi de 35,1%.
Enquanto isso, a taxa de desemprego para trabalhadores rurais com idade entre 16 e 24 anos era de 13,6% no final de março, 0,3% acima do ano anterior quando o coronavírus já tinha assolado o país, e mais que o dobro da taxa de desemprego urbano, de 5,3%.
"A recuperação econômica doméstica ainda não é sólida, mas de modo geral, prosseguiu no primeiro trimestre", afirmou a porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas, Liu Aihua.
Economistas do JP Morgan, maior banco dos Estados Unidos, apontam um crescimento anual de 9,3% para o país em 2021. A própria China é mais modesta e prevê um aumento na casa dos 6%. Já o FMI (Fundo Monetário Internacional) estimou o PIB em 8,4% ao final de 2021, para a segunda maior economia mundial.
Foto: Fabrizio Bensch - Reuters
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