O lucro líquido da Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) foi de R$ 5,69 bilhões no primeiro trimestre de 2021, de acordo com balanço divulgado após o pregão de quarta-feira, 27.
O valor supera em 335% o número apresentado no mesmo período do ano passado, quando foi R$ 1,32 bilhões. Já na comparação com os dados do quarto trimestre de 2020 (R$ 4,19 bilhões), é 37% maior.
Os fortes ganhos da CSN nos três primeiros meses do ano são uma combinação dos valores advindos do IPO de sua unidade de mineração, com o melhor desempenho operacional da empresa, guiada pela alta demanda de aço no Brasil.
Outros indicadores reforçam esse momento positivo. A receita líquida de vendas, por exemplo, cresceu 123% na comparação anual e 22% na comparação com o trimestre passado (4T20). Com isso, ficou em R$ 11,91 bilhões.
De acordo com a empresa, essa melhora de receita está relacionada , principalmente, à “manutenção dos fortes volumes de vendas, combinado com os maiores preços verificados no período, tanto para o minério de ferro quanto para o aço e o cimento”.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado também cresceu. Foram R$ 5,80 bilhões obtidos, que representam um salto de 336% sobre o primeiro trimestre de 2020, e uma alta de 23% frente ao trimestre imediatamente anterior, quando foi R$ 4,74 bi.
Já o resultado financeiro apresentou números negativos, porém muito menores do que o registro do primeiro trimestre de 2020. Enquanto no ano passado a empresa teve um resultado negativo de R$ 1,20 bilhão, neste ano ficou em R$ 201 milhões.
Unidade de mineração
A subsidiária da CSN, CSN Mineração (CMIN3), que abriu capital em fevereiro, reportou um lucro líquido de R$ 2,36 bilhões no primeiro trimestre de 2021. O valor é 488% maior do que os R$ 401,2 milhões de um ano antes.
A empresa explicou em relatório que, a recuperação nos mercados internacionais proporcionaram margens elevadas para a operação da siderurgia e mantiveram a demanda por minério de ferro aquecida.
Com isso, a produção de minério de ferro da CSN somou 8,4 milhões de toneladas, volume 7,3% superior ao do trimestre anterior. Já o volume de vendas teve queda. Atingiu 8,2 milhões de toneladas no 1T21, valor 4,8% menor ao trimestre anterior.
Mesmo assim, a receita da unidade de mineração teve desempenho forte: 209% maior na comparação anual. Somou R$ 5,64 bilhões ao caixa da empresa, com a valorização da commodity nos últimos 12 meses. Já o Ebitda alcançou R$ 3,56 bilhões, alta de 397%.
Mais um IPO a vista?
A Companhia Siderúrgica Nacional já aprovou com o Conselho de Administração a proposta de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da sua unidade de cimentos.
Com o sinal verde, o próximo passo é contratar assessores jurídicos e financeiros para um estudo sobre o tema. A CSN não deu mais detalhes sobre o assunto, mas os fortes resultados do trimestre para a unidade de mineração são um bom exemplo para a iniciativa.
Em fevereiro, a companhia abriu o capital da CSN Mineração, no maior IPO do ano na B3, e movimentou R$ 5,2 bilhões. A CSN Cimentos é mais uma das cinco frentes de negócios da companhia siderúrgica.
Até fevereiro passado, a empresa operava como uma divisão da CSN, mas já funciona atualmente como uma companhia independente, um primeiro passo para o IPO.
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