A inflação oficial do mês de março, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), cresceu 0,93% em comparação com fevereiro. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a instituição, esse é o maior resultado para março desde 2015, quando o IPCA registrou alta de 1,32%. No mesmo mês de 2020, o indicador havia ficado em 0,07%.
Com isso, o índice acumula alta de 2,05% nos primeiros três meses do ano e, em 12 meses, o avanço é de 6,1%, acima dos 5,2% registrados nos doze meses imediatamente anteriores e acima também da meta de inflação do Banco Central.
A perspectiva de inflação do BC para este ano era de 3,75%, com 1,5 ponto de variação para mais ou menos. Ou seja, a inflação poderia ficar entre 2,25% e 5,25%.
Embora os números sejam alarmantes, ainda vieram abaixo do esperado por especialistas. Segundo os economistas consultados pela Refinitiv, a projeção era de que a inflação reportasse alta de 1,03% frente fevereiro deste ano e na comparação mensal, com março de 2020, a alta esperada era de 6,2%.
Principais vilões
Os dados divulgados pelo IBGE indicam que a maior na alta do IPCA de março está relacionada à expansão nos preços dos combustíveis (11,23%) e do gás de botijão (4,98%).
O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, explicou que, individualmente, a gasolina aumentou 11,23%, o etanol 12,59% e o óleo diesel 9,05%.
“Foram aplicados sucessivos reajustes nos preços da gasolina e do óleo diesel nas refinarias entre fevereiro e março e isso acabou impactando os preços de venda para o consumidor final nas bombas. O mesmo aconteceu com o gás, que teve dois reajustes nas refinarias nesse período, acumulando alta de 10,46%, e agora o consumidor percebe esse aumento”, disse o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Com isso, a gasolina foi o item que mais afetou a alta do IPCA de março, sendo responsável por 0,60 ponto percentual.
São Luís (MA) foi o estado com a menor variação (6,32%) no preço para o consumidor, dentre as 16 localidades pesquisadas. Já o Rio de Janeiro (RJ) foi o local onde os motoristas mais sentiram no bolso (14,45%).
Alimentação desacelerou
A boa notícia é que comer e beber ficou mais barato. A inflação de alimentos e bebidas desacelerou pelo terceiro mês consecutivo, com alta de 0,13%, no geral.
Para quem prepara a própria comida em casa, a alimentação no domicílio teve queda de 0,17%. Já a alimentação fora do domicílio teve alta de 0,89%.
Nos meses anteriores, os valores gerais de inflação dos alimentos e bebidas foram: dezembro (1,74%), janeiro (1,02%) e fevereiro (0,27%).
“Os alimentos tiveram alta de 14,09% em 2020, mas, desde dezembro, apresentam uma tendência de desaceleração. Alguns fatores contribuem para isso, como uma maior estabilidade do câmbio e a redução na demanda por conta da suspensão do auxílio emergencial nos primeiros meses do ano”, comenta Kislanov.
Os principais recuos de preço observados neste mês foram:
Tomate (-14,12%)
Arroz (-2,13%) e
Leite longa vida (-2,27%).
As carnes seguem em alta (0,85%), porém menos do que em fevereiro (1,72%).
Para ler a pesquisa na íntegra, acesse aqui.
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