A Cia Hering (HGTX3) comunicou na noite de quarta-feira, 14, a rejeição de uma proposta de fusão feita pela Arezzo (ARZZ3) que era desconhecida do mercado.
Em comunicado ao mercado, a varejista têxtil explica que recebeu no dia 7 de abril “uma carta não solicitada da Arezzo” com a proposta de fusão das empresas.
Mas, o Conselho de Administração da Hering decidiu por unanimidade rejeitar a proposta em reunião realizada também na quarta-feira. Para isso, contou com a assessoria do banco BR Partners e do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados.
A justificativa dada foi que a oferta “não atende ao melhor interesse dos acionistas e da própria companhia”, que pretende seguir com um plano estratégico que combina “construção de marcas, expansão e integração de canais, e modernização do supply chain, com foco no cliente e na sustentabilidade”.
Primeiro round
Em seu comunicado, a Hering não deu detalhes da proposta ou de valores. A Arezzo também não se pronunciou sobre o assunto.
Mas, o site Pipeline do Valor Econômico apurou com fontes mais informações sobre o caso e classificou como apenas o primeiro round do negócio.
Segundo eles, a oferta da Arezzo foi de 26,75 milhões em ações e uma parcela em dinheiro de R$ 1,29 bilhão. A conta da Arezzo levou em consideração um prêmio de 20% sobre o preço médio da Hering nos últimos 90 dias na bolsa de valores.
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Com isso, a oferta total ficou em R$ 3,29 bilhões, já que a cotação atual da Arezzo está em R$ 74,71. E o valor de mercado da Hering é R$ 2,78 bilhões, no momento.
Porém, a oferta foi considerada despropositada pelo Conselho da varejista têxtil por considerar os números da pandemia, visto que a Hering não recuperou seus números pré-pandêmicos e a Arezzo sim.
Em janeiro do ano passado, os papéis da Hering estavam cotados em R$ 34, entretanto, um mês depois já tinham caído para R$ 22, antes de estourar a pandemia. O que indica uma desaceleração anterior a crise da Covid-19.
Ainda de acordo com o Pipeline, a Arezzo vai tentar uma aproximação com o grupo de acionistas da Hering. "Tudo é preço. É possível uma série de novos rounds", disse uma fonte ao site.
O movimento de interesse pelo mercado têxtil da empresa especializada em bolsas e calçados começou no ano passado, quando, em outubro, a Arezzo comprou a marca de grife Reserva por R$ 750 milhões.
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