A Europa ainda tinha esperanças que nessa sexta-feira a Grécia começaria a se desfazer de um percalço europeu, mas a primeira parcela do acordo bilionário não saiu do papel. Com pagamento de dívida adiado para o final do mês, agora a Grécia vê sua bolsa (Athex) afundar 4,55%, influenciando movimento de bolsas do mundo inteiro, inclusive o índice brasileiro, que abriu em queda.
PRESIDENTE DA COMISSÃO EUROPEIA, JEAN CLAUDE JUNCKER (ESQ.) E PRIMEIRO-MINISTRO GREGO, ALEXIS TSIPRAS (FOTO: FRANCOIS LENOIR/REUTERS)
O FMI, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu tentaram negociar com o primeiro-ministro Alexis Tsipras, sem sucesso. Após diversos indícios de que não pagaria a primeira parcela, no valor de 300 milhões de euros, o primeiro-ministro confirmou nessa manhã que Atenas planeja quitar a dívida de 1,6 bilhão de euros numa única parcela, no dia 30 deste mês.
Hoje ainda, ao meio-dia (horário de Brasília) Alexis enfrentará a fúria de apoiadores de esquerda, pela mudança nos termos impostos por credores internacionais.
Entenda a dívida
Nos últimos anos, a Grécia gastou mais do que podia, fazendo diversos empréstimos e deixando tornar-se refém da dívida. Apenas na última década, os gastos públicos do pais foram às alturas, e salários do funcionalismo quase dobraram.
Em 2008, quando da crise mundial, o país se viu em um beco sem saída, com os cofres públicos sendo esvaziados pelos gastos e receita afetada pela cobrança de impostos, a dívida grega chegou este ano em 320 bilhões de euro (cerca de R$ 1 trilhão), superando, e muito, o limite de 60% do PIB estabelecido pelo pacto entre os países da zona do euro.
Hoje, o país sofre com as incertezas de credores, que exigem juros altíssimos para novos empréstimos.
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