O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, em 2% ao ano, nesta quarta-feira. O nível está em sua mínima histórica, iniciado em junho de 1996.
A decisão saiu em linha com a expectativa de grande parte do mercado. Na última segunda-feira, 14, o Boletim Focus apontou que os economistas consultados pelo BC aguardavam a Selic em 2% neste ano. Para 2021, a projeção é de que a taxa básica fique em 2,50% ao ano.
“O Copom entende que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno. Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva”, destaca a autarquia.
Afinal, como é decidido se há ou não corte?
O Banco Central tem como missão controlar a inflação do país e, por isso, utiliza o sistema de metas como base. Para 2020, a meta central inflacionária é de 4%, oscilando entre 2,5% a 5,5%. Já para 2021, o objetivo da inflação é de 3,75%, com variação de 2,25% a 5,25%.
A cada 45 dias, o Copom se reúne para decidir como ficará a Selic. A decisão é baseada em vários indicadores financeiros do país, sendo que, ao fim do encontro, a taxa pode sofrer alguma alteração, tanto para mais quanto para menos, assim como também ficar estável.
O que é a Selic?
Para quem é do ramo financeiro, com certeza já sabe de cor a importância da Selic à economia brasileira. Ela nada mais é do que a taxa básica de juros no Brasil. Sua sigla significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia.
Dessa forma, a Selic influencia todas as demais taxas de juros no Brasil, como as que são cobradas em empréstimos, financiamentos e, até mesmo, em retorno em aplicações financeiras, como títulos do Tesouro Direto.
A taxa Selic foi criada em 1979, na época em que a economia brasileira enfrentava um cenário (hiper) inflacionário. Por isso, seu objetivo sempre foi conter a inflação, uma vez que sua mudança, determinada pelo Banco Central, está diretamente relacionada ao controle do aumento de preço dos produtos.
Federal Reserve também mantém juros no mesmo nível
EUA: o Federal Open Market Committee (Fomc) seguiu a estimativa do mercado e manteve os juros entre 0% e 0,25%.
Além do mais, o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) também sinalizou que deve manter os juros perto do zero ao menos até 2023 para ajudar a economia dos Estados Unidos a se recuperar dos efeitos negativos da pandemia de covid-19.
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