Depois que a Standard & Poor’s (S&P) mudou a perspectiva de rating do Brasil, colando o país um degrau acima do especulativo, fez a bolsa despencar em 5 minutos e o dólar disparar. Ontem, o câmbio chegou a ser cotado a R$ 3,43, a maior alta desde 2003.
Em artigo no site da empresa NGO Corretora de Câmbio, cujo economista é diretor-presidente, Sidnei Moura Nehme, a alta do dólar ainda era amena antes do anúncio do governo do corte na meta do superávit primário. Contudo, esse cenário mudou após a divulgação do governo, para ele, ficou evidente que a projeção para este ano é efetivamente deficitária.
Nehme explica que a decisão do governo em reduzir a meta do superávit de 1,1% para 0,15% do PIB brasileiro, fez com que as agências de classificação se tornassem “implacáveis no downgrade da nota brasileira, levando o país a perder o grau de investimento”.
Segundo o economista, a percepção é de que o pior ainda está por vir, já que ainda estamos no início da recessão. Para ele, parece factível que o preço da moeda americana atinja R$ 3,70 ainda este ano, caso ocorra a perda do grau de investimento ou ainda que mesmo que não ocorra, mas os fundos iniciem retiradas de recursos do país, o dólar deverá ficar entre R$ 3,50 e R$ 3,60.
“O preço da moeda americana estará ancorada nas expectativas sobre este comportamento, estando, portanto, na dependência de como o país é visto pelos investidores e não como se vê”, completa Nehme.
Comments