Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira, 05, elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual (p.p).
Trata-se do segundo aumento na Selic somente em 2021, que chegou a 3,5% ao ano. Vale destacar que a autarquia monetária não subia taxa desde 2015, quando estava em 14,25% ao ano, e vinha numa sequência de reduções consecutivas desde então.
A possibilidade de acréscimo já era conhecida pelo mercado e estava contida na ata da última reunião do comitê, que ocorreu em março deste ano. Nela, a organização justificou o aumento pela aceleração da inflação no país.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fabio Kanczuk, Fernanda Feitosa Nechio, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.
O que é a Selic?
A tal da Selic nada mais é do que a taxa básica de juros no Brasil. Sua sigla significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia.
Dessa forma, a Selic influencia todas as demais taxas de juros no Brasil, como as que são cobradas em empréstimos, financiamentos e, até mesmo, em retorno em aplicações financeiras, como títulos do Tesouro Direto.
A taxa Selic foi criada em 1979, na época em que a economia brasileira enfrentava um cenário (hiper) inflacionário. Por isso, seu objetivo sempre foi conter a inflação, uma vez que sua mudança, determinada pelo Banco Central, está diretamente relacionada ao controle do aumento de preço dos produtos.
Como é decidido se há ou não corte?
O Banco Central tem como missão controlar a inflação do país e, por isso, utiliza o sistema de metas como base, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para 2021, a meta central inflacionária é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso quer dizer que pode variar de 2,25% até 5,25%.
Já para o ano que vem, a meta é de 3,5%, também com intervalo de 1,5 p.p. para cima ou para baixo.
A cada 45 dias, o Copom se reúne para decidir como ficará a Selic. A decisão é baseada em vários indicadores financeiros do país, sendo que, ao fim do encontro, a taxa pode sofrer alguma alteração, tanto para mais quanto para menos, assim como também ficar estável.
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