A arrecadação de impostos e contribuições federais atingiu recorde em abril, chegando a R$ 156,822 bilhões, conforme informado pela Secretaria Receita Federal nesta quinta-feira, 20.
O valor arrecadado no período foi o maior da série histórica, iniciada em 1995, para abril.
Em relação ao mês anterior, o recolhimento de impostos cresceu 13,34%, enquanto, na comparação anual, o aumento real (desconsiderando a inflação) foi de 45,22%, quando atingiu R$ 107,992 bilhões.
O resultado veio dentro do intervalo de expectativas, que variavam entre R$ 125,000 bilhões e R$ 162,446 bilhões.
No quadrimestre como um todo, a arrecadação totalizou R$ 602,7 bilhões, também recorde para o período da série da Receita, e representa um avanço real de 13,62% no comparativo anual.
Em entrevista coletiva para divulgação dos dados, Paulo Guedes, ministro da Economia, disse a arrecadação em abril foi uma “surpresa extraordinariamente favorável” e que o país está superando as expectativas com o ritmo de crescimento em 2021.
“A economia brasileira parece que está acelerando. Temos visto revisões das projeções de crescimento da economia para cima. A arrecadação de abril confirma quadro de melhoria geral da atividade econômica no País”, afirmou Guedes.
Motivos
O aumento do recolhimento no mês foi impulsionado pelo fato de que, em abril de 2020, a arrecadação foi fortemente influenciada pela pandemia do Covid-19, além do volume de tributos que tiveram pagamentos prorrogados, de R$ 33 bilhões, ter sido superior ao diferimento em abril deste ano, de R$ 8,6 bilhões.
Além disso, é decorrente do aumento de 42,60% na arrecadação de Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), gerando um recolhimento de R$ 35,5 bilhões.
Desonerações
As desonerações concedidas pelo governo geraram uma renúncia fiscal de R$ 30,863 bilhões no primeiro quadrimestre deste ano, superando os R$ 28,767 bilhões do mesmo período de 2020.
Somente em abril, as desonerações chegaram a R$ 8,901 bilhões, também maior que o obtido no mesmo período do ano anterior, de R$ 8,485 bilhões.
Impostos
De acordo com o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o total arrecadado em tributos desde 01 de janeiro de 2021 chegou a R$ 1 trilhão no dia 19 de maio, às 7h53 (horário de Brasília), considerando impostos, taxas e contribuições (incluindo multas, juros e correção monetária).
“O índice, portanto, aponta que os contribuintes brasileiros devem pagar mais dinheiro para os cofres públicos neste ano do que pagaram em 2020 e, até mesmo, em 2019, época sem pandemia”, informou a ACSP.
Segundo Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação, apesar dos impactos da pandemia sobre prestações de serviços e o comércio, houve elevação das atividades que geram grande quantidade de impostos.
“Alguns exemplos são as exportações, que estão em alta, e o montante das vendas em supermercados que, além de estar muito elevado, ainda proporciona maior arrecadação por conta dos preços dos produtos que vêm subindo”, afirmou Solimeo.
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